O sensor de interação e o futuro das interfaces
De tempos em tempos uma inovação surge para impactar o mercado. O mundo ganhou muito com as interfaces touch. Todos apostamos em algum momento que o Google Glass ou os óculos VR (Realidade Virtual) seriam a próxima etapa para o mundo da interface. Mas ao que parece, a evolução das interfaces tem um gradiente mais interessante para desenvolver.
Conheça o Projeto Soli da Google

O projeto Soli está sendo concebido pelo Google ATAP (Advanced Technologies and Projects) e tem um objetivo muito interessante: trazer às interfaces dos devices a capacidade de captar interações de gestos e movimentos por meio de tecnologia de radar com alta precisão sub-milimétrica e alta velocidade.
O grande diferencial é que toda essa inovação é encapsulada num chip que pode ser inserida em devices simples do nosso dia a dia, como um relógio ou uma cafeteira, trazendo aos devices uma interface de interpretação de gestos familiares que possam responder prontamente com interação nas funções disponíveis, como aumento de volume, ativar/desativar, abrir/fechar, etc.



O device capta o movimento e reage, mesmo sem botões ou até mesmo sem tela. As possibilidades de feedback para esse tipo de interação são inúmeras.

Além disso, existe até situações mais avançadas em que esse tipo de interação pode ser bem-vindo, como no caso da interação de um mapa, visualizando um documento ou uma planilha, como o gif abaixo mostra.

Como isso mudaria nossas vidas?
As primeiras interfaces não eram tão intuitivas, com o passar do tempo e o aumento de informação, o mundo teve uma era de trevas com interfaces. Basta lembrar dos portais da década de 90 ou o controle remoto do vídeo cassete. Eram assustadores, com manuais gigantescos, interfaces que traumatizaram nossos avós e nossos pais.
Daí entra em cena uma galera que veio para salvar tudo isso: os User Experience Designers. Essa área trouxe avanços em inúmeras situações, são tantos cases de sucesso que hoje é praticamente impossível pensar num projeto sem o envolvimento da área de Experiência do Usuário.
Quando Steve Jobs lançou o iPhone, ele praticamente inseriu a realidade da interface touch em nossas realidades, rapidamente assimilada pelas pessoas e um grande desafio para a indústria, afinal o clique e o toque são coisas similares num primeiro momento, mas existe um gap interessante e relevante entre ambos.
Agora com essa interface aparentemente simples e inofensiva, pode-se entregar inovação de formas muito interessantes e muito mais orgânicas e intuitivas. Quando pensamos em abrir uma porta, o gesto natural de girar a chave e de abrir a maçaneta. Quando queremos perguntar o preço de algo, é natural apontar o produto. E assim vai com o gesto de aumentar, diminuir, pequeno, grande, um, dois, três, positivo, negativo, cancelar, tchau, cortar, e até outros gestos que não são bem aceitos nas convenções sociais.
Imagine você acendendo o fogão e regulando a temperatura usando apenas gestos. Ou ainda regulando a intensidade da luz da sala girando os dedos para um movimento circular. Ou quem sabe ajustando o timer e o programa do microondas com alguns poucos gestos, e porque não a cafeteira?
Comunicar-se por gestos com nossos devices é algo que novamente pode ser assimilado facilmente pelas pessoas, mas um grande desafio para a indústria. E isso pode estar mais próximo do que a gente imagina.